quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Vale considera possibilidade de Samarco voltar a operar no fim de 2017

A Vale já considera a possibilidade de que a Samarco só volte a operar no fim de 2017. A afirmação foi feita hoje pelo diretor de controladoria e relações com investidores da mineradora, Rogério Nogueira, que participou de apresentação de Apimec para analistas e investidores em Belo Horizonte.

A Vale divide o controle da Samarco com a anglo-austra BHP. A empresa teve suas atividades interrompidas em novembro de 2015, quando uma de suas barragens se rompeu na cidade de Mariana (MG).

“Vemos alguns cenários. Há uma perspectiva que ela [Samarco] volte no primeiro semestre do ano que vem ou uma possibilidade que ela volte no fim do ano [2017]. Tudo passa pelo licenciamento”, disse Nogueira.

A Samarco tenta obter uma licença da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais para utilizar, em caráter provisório, uma cava de mineração como local para depositar rejeitos de minério de ferro. Em 5 novembro do ano passado, uma de suas barragens que armazenavam esse tipo de rejeito, a de Fundão, se rompeu provocando uma tragédia ambiental e 19 mortes.

Nogueira disse que mais importante do que as discussões técnicas no momento é o diálogo com a sociedade.

“Hoje trabalhamos em diversas frentes, a técnica, mas também a mais social, politica”, afirmou. Na cidade mineira de Mariana, local da tragédia, Nogueira afirmou haver uma demanda pela volta da empresa. “Mas temos a consciência de que, se não houver esse apoio e essa vontade, muito dificilmente a companhia voltará.”

Em Minas Gerais, a emissão de licenças ambientais passa por um parecer da Secretaria de Ambiente que precisa ser aprovado por uma instância formada por promotores públicos, ONGs, acadêmicos e integrantes do setor público.

No início do ano, a direção Samarco considerava que era possível que a empresa estivesse funcionando novamente no último trimestre deste ano. Mas, recentemente, esse cenário passou a ser considerado muito improvável pela empresa.

A Vale anunciou dias atrás que provisionou R$ 3,7 bilhões para honrar investimentos em reparação e remediação dos danos para o caso de a Samarco não conseguir retomar suas atividades.

Fonte: Jornal Valor Econômico



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