A Vale já considera a
possibilidade de que a Samarco só volte a operar no fim de 2017. A afirmação
foi feita hoje pelo diretor de controladoria e relações com investidores da
mineradora, Rogério Nogueira, que participou de apresentação de Apimec para analistas
e investidores em Belo Horizonte.
A Vale divide o controle da
Samarco com a anglo-austra BHP. A empresa teve suas atividades interrompidas em
novembro de 2015, quando uma de suas barragens se rompeu na cidade de Mariana
(MG).
“Vemos alguns cenários. Há uma
perspectiva que ela [Samarco] volte no primeiro semestre do ano que vem ou uma
possibilidade que ela volte no fim do ano [2017]. Tudo passa pelo
licenciamento”, disse Nogueira.
A Samarco tenta obter uma licença
da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais para utilizar, em caráter
provisório, uma cava de mineração como local para depositar rejeitos de minério
de ferro. Em 5 novembro do ano passado, uma de suas barragens que armazenavam
esse tipo de rejeito, a de Fundão, se rompeu provocando uma tragédia ambiental
e 19 mortes.
Nogueira disse que mais
importante do que as discussões técnicas no momento é o diálogo com a
sociedade.
“Hoje trabalhamos em diversas
frentes, a técnica, mas também a mais social, politica”, afirmou. Na cidade
mineira de Mariana, local da tragédia, Nogueira afirmou haver uma demanda pela
volta da empresa. “Mas temos a consciência de que, se não houver esse apoio e
essa vontade, muito dificilmente a companhia voltará.”
Em Minas Gerais, a emissão de
licenças ambientais passa por um parecer da Secretaria de Ambiente que precisa
ser aprovado por uma instância formada por promotores públicos, ONGs,
acadêmicos e integrantes do setor público.
No início do ano, a direção Samarco
considerava que era possível que a empresa estivesse funcionando novamente no
último trimestre deste ano. Mas, recentemente, esse cenário passou a ser
considerado muito improvável pela empresa.
A Vale anunciou dias atrás que
provisionou R$ 3,7 bilhões para honrar investimentos em reparação e remediação
dos danos para o caso de a Samarco não conseguir retomar suas atividades.
Fonte: Jornal Valor Econômico
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